Nesta freguesia eu nasci
e nela me criei.
Foi nela que cresci
bons e maus momentos passei
Os bons são para recordar
e os maus para esquecer.
A vida tem pernas para andar
e nada se pode fazer
Tempos que já passaram,
tempos bem amargurados.
Muitos campos se lavraram
correndo atrás do gados
Grandes cearas cresciam
nos longos campos verdejantes
mais ao longe pareciam
montanhas ondulantes
Ó montanhas ondulantes!
Pergunto eu por onde andais.
Já não vos vejo como dantes
nunca, nunca mais
Chegava o mês de junho
lá dizia a tradição:
“Pegamos na foice em punho
vamos ceifar o nosso pão”
Nas grandes eiras se praticavam,
na separação do melhor.
Palhas douradas se separavam
o nosso pão com lágrimas e suor.
Isto é o fim de todas as separações
que no inicio era o primeiro
É o pão para todas às refeições
e a palha para o palheiro
Texto de: António Manuel L. Carrasco
Blogue Ligares memória
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