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Lendas

Sobre o nome da aldeia


Ligares, também, tem uma lenda para explicar o seu nome. Em tempos antigos, as pessoas que habitavam nesta zona. Viviam separadas umas das outras, em espécies de pequenas quintas. Como eram muito veneráveis aos animais selvagens e inimigos, juntaram as casas num só lugar e a esse lugar passou-se a chamar ligados, dai teria vindo o nome de Ligares.
É apenas uma lenda, mas em todas as lendas há uma verdade e aqui a verdade pode estar no juntar as casas. Como já escrevi neste blog, em “Ligares 1706” em 1706/12 a vila de Freixo espada à cinta tinha 370 vizinhos em uma só freguesia, que eu interpreto como habitates e Ligares tinha 250, imagino que os de Ligares estivessem espalhados por toda a zona. Porque o parágrafo “370 vizinhos em uma só freguesia” expressa a ideia de muitos, mas Ligares tinha 250 que não eram muito menos, dai imaginar estarem espalhados. Talvez o fundo de verdade nesta lenda esteja neste pormenor

Informação: “Corografia portugueza, e descripçam topografica do famoso reyno de Portugal de Antonio Carvalho da Costa, Publicado em 1706/1712”

Amêndoa da trovoada

Antigamente, não num tempo muito distante. Havia a crença nas pessoas de que atirar para o telhado das suas casas uma amêndoa da trovoada (amêndoas que estavam unidas a outra amêndoa) estaria a casa protegida dos relâmpagos, na altura chamados de cordas de fogo. Uma pequena crença que não sei a sua origem, vou pesquisar….








Sobre a capela de Santa Bárbara


Disse que Esta Capela faz parte do conjunto das 7 capelas irmãs. em que todas elas se vêem umas às outras. São elas: a Capela de Nossa Senhora da Glória. no Peredo dos Castelhanos. a de Nossa Senhora da Assunção de vila Flor. a de Nossa Senhora do Castelo de Urros. a de Nossa Senhora do Viso de Custóias. a de Santa Bárbara de Ligares e a de Nossa Senhora da Teixeira de Sequeiros.





A história de Santa Bárbara

Como Santa Bárbara faz parte da devoção de muitos ligarenses, fui à procura de saber as suas origens, segundo percebi há duas versões.


No decurso dos três primeiros séculos da era cristã, houve lapsos em que as perseguições contra os cristãos se amainavam. Um destes ocorreu durante o reinado de Alexandre Severo (222-235), imperador magnânimo e amigo das letras. Mesmo assim, nos períodos de trégua, os cristãos deviam agir com prudência e com cautela, porque, ainda que o ímpeto das perseguições estivesse menos intenso, sempre havia um ou outro sectário fanático dos ídolos pronto a denunciar os cristãos.

Foi em Nicomédia (hoje Izmit), capital da antiga província romana da Bitínia (território actualmente integrando a Turquia), que se desenrolaram a vida e o martírio de Bárbara. No que concerne especificamente à vida da santa, os autores são muito concisos.

Bárbara era filha única de Dióscoro, um rico comerciante. Ambos eram pagãos!

Cioso da beleza da filha e para que ela não tivesse contacto com algum jovem estranho ao tipo que ele pretendia para esposo da filha, e, de outro lado, para que não sofresse a influência do Cristianismo, odiado por ele, Dióscoro mandou construir uma torre em sua propriedade. Para lá transferiu Bárbara. Para vigiá-la, colocou pajens e damas de companhia leais a ele, alegando que a filha precisava de recolhimento para entregar-se aos estudos. Ao que parece não era um homem ruim, mas ignorante e pagão fanático.

Este, após providenciar a instalação da moradia de Bárbara na torre, partiu para longa viagem de negócios pelas ilhas do mar Egeu. Permaneceu fora de casa por um ano.

Entrementes, o velho cristão preceptor de retórica, instruía Bárbara nas verdades cristãs, o que a levou a aceitar o cristianismo e a pedir e receber o baptismo.

Quando o pai voltou encontrou Bárbara na exuberância de seus 20 anos. Foi, porém, informado das transformações ocorridas na vida da filha, incluindo sua esquivância pelo casamento. Temeroso que a substituição das estátuas das divindades pagãs por outros símbolos estranhos, - os símbolos cristãos -, acarretasse a ira dos deuses, repreendeu severamente a filha.

Bárbara, conhecendo o génio iracundo do pai, foge de casa, mas, logo em seguida, é reencontrada. Sabendo pela própria filha que ela se tornara cristã, acusou-a perante as autoridades e, às mesmas, entregou a filha para ser presa.

Houve fracassadas tentativas para fazê-la mudar de ideia, incluindo torturas horríveis: dilacerações do corpo com garras de ferro, brasas ardentes sobre os rins, seios arrancados com tenazes. Bárbara, todavia, permanecia impassível. Foi, então, condenada à decapitação.

Alguns dizem que o próprio Dióscoro teria pedido ao governador Marciano para ser o executor da sentença. Outros que o governador - surpreso diante da obstinação de Bárbara - teria insinuado que o pai, o principal acusador da filha, fosse também o seu algoz, o seu executor. Bárbara foi, então, decapitada pelo próprio pai, Dióscoro.

Conta-se que após a execução da mártir, no alto de uma colina, tremenda tempestade abateu-se sobre o local. Naquele instante, o pai-algoz foi atingido por um raio, tendo morte instantânea.

Por isso, devido às circunstâncias em que ocorreu o martírio de Bárbara, a santa é invocada contra tempestades, temporais e tormentas.

O martírio de Bárbara aconteceu em Nicomédia, ao 04 de Dezembro, provavelmente em 235, primeiro ano do reinado do cruel Maximiano.

A santa era estranha à vida militar. No seu tempo, as armas de arremesso eram incipientes e movidas tão somente pelo esforço mecânico, como o arco, a funda, a catapulta.

A pólvora só passou a ser usada como força propulsora no século XIV. Seu emprego balístico para accionar peças de artilharia verificou-se somente na defesa de Cambrai em 1339 e na batalha de Crécy em 1346.

Nesta época, estavam em voga as ordens militares, exaltando o espírito cavaleiresco dos homens de farda.

Todas as corporações escolhiam, elegiam um patrono, um santo que houvesse pertencido à carreira das armas.

Os artilheiros quiseram também escolher um orago para sua arma tonitruante.

Para eles, então, nenhum santo varão, nenhum militar ilustre pareceu tão digno da escolha, quanto a valorosa jovem mártir Bárbara.

Aos artilheiros a razão da escolha pareceu óbvia: era crença, na época, que a valorosa mártir regulava e moderava a acção dos raios e das tormentas, à semelhança dos artilheiros que regulam o manejo dos canhões e dos obuses.

Sua festa é celebrada ao 04 de Dezembro, data provável do seu martírio